sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ordem do Saber


Diário
10/12/2010
Tenho certeza que nesta noite há corações ao vento.
Sentimentos jogados e arrastados por uma leve brisa, calma e serena. Voando, esperando apenas certo momento, certo alguém que os pegue.
A noite fria não acalenta os corações que continuam a voar, sem rumo, flutuando pela cidade em busca dos desejos que um dia tiveram, em busca das moradas onde antigamente residiam, em busca da companhia que antes desfrutavam, em busca da paz que um dia tiveram, em busca das emoções que um dia viveram.
Enquanto dormimos, ou mesmo semi-acordados, nossos corações saem de nosso corpo e vagam pela noite afora, aprendendo e absorvendo tudo o quanto podem, nos preservando da tristeza, alcançando a destreza da arte humana de viver.
Por isso acordamos repousados, felizes ou tristes. Descansados, cansados ou super ativos.
Foi o nosso coração que voou para longe de nós e nos trouxe a noite.
São corações voadores, ao vento. São milhares, mas o mesmo tempo um. Pois todos possuem o mesmo sentido, mas não o mesmo caminho.
Em alguns casos, os corações ao vento se perdem, e não conseguem voltar para seus corpos.
Estes são corações ao vento.
Vagam de dia e à noite em busca de um sentido. Encontram, mas logo se perdem. Porque são corações ao vento.
Eu aposto que essa noite está cheia de corações ao vento. Eu posso senti-los.

Dodo.

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