sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ordem do Saber


Diário

30/01/2011

São duas vertentes, uma forte e outra fraca.

Ambas se misturam de uma forma da qual você não consegue saber qual a verdadeira força. E segue os olhos da sua mente, ou os do seu coração. Qual a verdadeira força? Qual caminho é mais forte? Onde fica a definição do que é forte ou fraco e qual das veredas te levará a verdadeira força?

Existe o caminho mais longo, aquele que devemos percorrer com todas as dores que trazemos em nosso peito, sobre nossas costas. É um caminho no qual nunca se vê a luz no fim do túnel. Você apenas vê o horizonte, e tem de acreditar que um dia você chegará lá. Um dia você tocará o sol que se põe até onde sua visão consegue ver. O mesmo sol que te queima neste longo caminho.

Este caminho causa ferida em nossos pés. Não pelo calor do sol. Mas pelo peso das dores que trazemos em nossos corações, que sempre colocamos acima da gente. Neste caminho não se pode andar calçado. Nossos pés têm de andar descalços. Nossos pés sangram sem parar, porque quanto mais você anda, mais o tempo passa, mais longe parecemos estar de chegar onde queremos. De chegarmos no final.

É neste caminho que nossa fé e verdadeira força são testadas. Porque para chegar no final, precisamos acreditar. E o verdadeiro crer está além do que nossos olhos podem ver e perceber. Acima do que nossos sentidos humanos podem nos mostrar e sentir. Se trata de fé. A simples e mais poderosa força que apenas brota nos corações puros. A fé de que chegaremos o final deste caminho que escolhemos, alguns conscientes, outros não.

Perceberemos que muitos dos nossos cairão neste caminho, nós os ajudaremos, mas eles não irão querer nossa ajuda. Não. Porque não acreditam. Desistiram, irão tentar voltar por onde andaram e escolherão o segundo caminho.

Mas felizes daqueles que chegarem ao fim deste caminho. Serão tão poucos, mas tão felizes que toda a luta que tiveram irá valer a pena.

Pode ser um caminho difícil, e muitas vezes solitário. Mas para aqueles que acreditarem, a recompensa será muito grande. Porque eles olharão para trás, verão uma imensa estrada sem fim, e sorrirão, porque nunca deixaram de acreditar, nunca se deixaram levar pelas dificuldades. E um dos conceitos de nossa felicidade é realizar nossos sonhos de maneira plena. Quando chegamos lá, é tudo. E aí passaremos a valorizar o caminho que percorremos.

O segundo caminho é mais curto. É escuro, e nenhuma lanterna se acende por mais que alguns instantes. Quando entramos nesse caminho, logo vemos o final dele. Também não vemos o sol, mas acreditamos que ele nascerá logo, pois toda noite possui um dia por detrás, que surge ao amanhecer. Mas o que complica é que neste caminho raramente o sol nasce. Neste caminho não carregamos as dores em nossas costas, aqui jogamos as dores no meio do caminho. O caminho é repleto de dores. Algumas vezes jogamos nos ombros dos outros as dores, os impedindo de chegar no final do caminho, tornando árdua a viagem. Algumas vezes os outros viajantes jogam em nós suas dores, tornando o caminho curto, bem difícil.

Sempre nos alegramos nesse caminho, pois logo vemos aonde chegaremos. Não há luta, não há grandes distâncias. Não há também nada que possa nos atrapalhar. Tudo parece tão fácil, e mesmo no escuro, sempre achamos placas nos avisando que estamos perto do fim. Sempre alguém com um sorriso, um pouco forçado, mas ainda assim um grande sorriso indicando o caminho. Algumas vezes vemos, após passar por eles, o sorriso se fechar em um desdenho falso. Mas sempre levamos isto como algo de nossa mente. Por que alguém que está nos ajudando iria nos trair, não é mesmo?

E aí chegamos ao fim do caminho. Mas nem sempre o sol nasce. Olhamos para trás e não vemos o caminho que percorremos. Está tudo escuro e frio. Torcemos para que o sol nasça, mas ele nem sempre vem. Olhamos um pouco mais para frente e vemos um grande abismo, fundo e sem fim. Neste caminho chegamos onde queremos. Mas não nos sentimos orgulhosos, porque ali acaba nossa trilha. E nos perguntamos, é melhor voltar ao início? Conseguiremos achar o caminho de volta pelo breu? Ou ficaremos aqui, no final do caminho esperando o sol nascer.

São os dois caminho do ser humano.

Pensemos em quais deles estamos, sempre é tempo de voltar, mas nunca tempo de chegar.

Dodo.


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