domingo, 3 de abril de 2011

Ordem do Saber


Diário

18/03/2011

Acabou.

Se tudo o que havia, da vontade incessante de verdade. Da prova que não havia, ou sequer houve algum dia, acabou neste momento.

Nada acaba, e disso estamos cansados de saber. Muito menos se transforma. Mas há questões que nos impõe um modo reflexivo de pensar sobre o que somos e o que nos rodeia. Por que existe um fim? E por que as maiorias das coisas que possuem um fim, não se dão sozinhas, mas sim, somos nós mesmos que colocamos um fim?

Simples.

Porque o ser humano em si é o fim.

Ele anda e está muito desacreditado do conceito de início. Nada se inova para nós hoje em dia além do estupefato prazer ideológico da mentira e da arrogância do pensamento materialista e mundano.

Na acaba além do coração, que é forçado a ser jogado de lado quando temos uma escolha com duas variáveis: seguir o mundo e seus conceitos ridículos, mas que possuem sentido em sua própria esfera, ou seguir o mundo e achar que está fazendo a diferença, quando na verdade, quem pensa dessa maneira, sem usar o coração, é mais tolo que se usasse. Nas se faz a diferença seguindo o mundo, e apenas corações fortes conseguem enfrentar a redoma pela qual não vemos espelhos de nós mesmos. Não mais.

Temo que nunca mais enxerguemos nosso reflexo no espelho da consciência da vida, mas apenas uma imagem nublada de nós mesmos. Imagens que criamos de nós para sermos aceitos na vida humana e na sociedade. Um contentamento que vem desde a infância, sem percebermos.

Temos os mesmos problemas de outrora, os mesmos que levam ao fim.

E aí sim podemos dizer que acabou.

Acabou o bater de asas daquilo que chamávamos de perfeito. Porque dentre o mal do fim e o bem do início, não existe vôo, muito menos carona. Tudo está em nós mesmos.

Mas o impressionante da vida é que ela nunca tem fim, além do fim dela mesma. Pois a vida se renova a cada respirar e a cada parada de coração.

Pois enquanto houver amor haverá começo. E o começo nunca está perto do fim. Somente o fim está perto do começo.

A cada manhã podemos dizer que “nunca houve noite que pudesse impedir o nascer do sol” – Padre Marcelo.

Pois o fim que pensamos nunca é o fim que esperamos ou sentimos.

O fim em si é dado pela morte de um sentimento. Infelizmente, embora corações não mudem, sentimentos sim. Por causa das pessoas não mais gostarem deles. Tudo por causa do fim.

O fim só se dá de forma completa quando as pessoas o assumem como condição única e exclusiva de um começo. Quando se apegam a ele de forma a se esconderem nele.

É então que abrimos a caixa chamada corpo e imagem e achamos o que não esperávamos lá dentro. O nada. Oco.

Simples corpos vagando e esperando pelo fim.

Para poderem dizer a si mesmos:

- Acabou.

Dodo.

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