domingo, 3 de abril de 2011

Ordem do Saber


Diário

15/03/2011

Jamais pensemos que acima de nós mesmos, e por onde caminhamos, o nosso passado não anda conosco.

Tolos são aqueles que o esquecem, errôneos são aqueles que o guardam.

Nosso passado é como a ponta de uma linha infinita que se chama vida humana. Lá estão todas as explicações do que somos e do que estamos vivendo. Ou seja, nossa vida presente, só se tornou presente pelo nosso passado. Seja ela ruim, ou boa.

Na obviedade de que nosso presente se tornará passado, a pergunta da escolha se faz presente dia a dia em cada momento que passamos e vivenciamos: “como queremos que nosso futuro seja?”. Prestemos atenção ao presente. Pois ele se tornará o passado, e dessa forma se tornará o primeiro degrau de nosso futuro, do momento presente em que nos perguntaremos novamente se fizemos o que era certo ou não.

Nosso passado é como uma mochila em nossas costas. Ele se encontra amarrado em nossos ombros, e somos obrigados a carregá-lo durante a caminhada no deserto dos tempos presentes.

Algumas pessoas largam essa mochila no meio da areia, a deixam para trás, no meio do nada, para diminuir o peso que levavam, peso que os impediam de seguir mais rápido rumo ao oásis chamado felicidade. O problema é que na mochila estão as provisões para que agüentemos a caminhada. E não são todos que conseguem andar sozinhos pelo deserto e chegarem até o final. E os que chegam, em sua maioria, se encontram tão exaustos, tão cansados, que precisam de um bom tempo de descanso para que possam desfrutar do oásis que encontraram, e dessa forma não conseguem enxergá-lo de uma forma 100% claro.

No passado estão nossos erros, que muitas vezes são acertos percebidos no tempo certo, e queiramos acreditar que assim seja. No passado estão nossas falhas, que muitas vezes gostamos apenas de esquecê-las, quando na verdade elas são o chão pelo qual caminhamos. No passado estão todas as dores, e todas as lágrimas, que geralmente não conseguimos esquecer tão facilmente, pelo menos da forma como gostaríamos, ou do modo como fingimos aparentar ter esquecido.

No passado estão os melhores sorrisos que encontramos até então, aqueles que fazia-nos rir junto, apenas por ver aquele sorriso sincero, vindo do coração. No passado estão nossos melhores momentos, aqueles que guardaremos cheios de vida dentro do coração, aqueles que nunca esqueceremos tão facilmente, ainda bem, mas que o mundo as vezes nos distrai, fazendo-nos largar no meio do caminho.

No passado está a chuva, que nos molhou e nos entristeceu, que nos impediu de sair para brincar, que acabou com nossos planos, mas que nos fez descobrir que dentro de nossa casa havia mais diversão que lá fora, e que dentro de nós mesmos estava toda a verdade que buscávamos do lado externo. No passado está o sol, que limpou o céu nublado, deu luz ao nosso dia, fez-nos sorrir, criou imagens belas no céu com suas nuvens, deu luminosidade em nossa treva, mas que nos queimou quando ficamos demais debaixo dele, fez a gente se tratar e ficar um bom tempo dentro de “casa”, se recuperando, e com medo novamente de sair no sol.

No passado estão o verão e o inverno. Que nos tornou soltos e presos. Cansados e belos. Acolhidos e solitários.

Nosso passado, por incrível que pareça é o nosso legado, é nossa história, não deveríamos sentir vergonha dele, mas nos orgulhar de cada tijolo que construímos para chegar ao tempo presente, que por sua vez nos levará ao futuro.

E eu espero encontrá-los, todos vocês lá. Orgulhosos de nossos passados, felizes no presente, e esperançosos em nosso futuro.

Dodo.

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