domingo, 9 de fevereiro de 2014

Eclipse


 



Lembra-se de quando
De um modo simples a gente se conheceu?
De quando já não havia nada para mim,
E você do nada apareceu?

Foi aos poucos,
Fomos um do outro cuidando,
Passo a passo,
Esse sentimento foi se transformando.

Todos os seus segredos,
De cor eu sei,
Sempre estive do seu lado,
E meu coração diz que sempre estarei.

Nos momentos difíceis,
Seu ombro era meu alicerce,
Estar com você é como um sonho,
Do qual a gente nunca se esquece.

Quando caminhavas,
Pelas duras veredas da dor,
Lá estava eu,
Acompanhando-te com muito amor.

Quando estavas alegre,
Com seu sorriso a demonstrar,
Lá estava eu,
Sempre a te amar.

Eu ainda me lembro,
De quando certa vez estava sozinha a chorar,
E me lembro que você veio,
E minhas lágrimas você me ajudou a secar.

De longe,
Eu sabia que sentia algo,
Que eu não sabia chamar,
Mas eu encontrava a razão,
Quando o sol estava a olhar.

Aos poucos a gente
Foi se descobrindo,
Algo maior que essa amizade
Foi surgindo.
Não sabia na época explicar,
Só sei que estava sentindo.

Era algo bom,
Algo há tempos esquecido,
Algo belo,
Bom de ser vivido.

Estar ao seu lado
Tornou-se uma obrigação,
Estar ao seu lado
Fazia bem ao meu coração.

Só não sabia o porquê,
Não sabia explicar a razão,
Mas quando eu olhava para a lua
Sentia certa emoção.

Coisas simples, corriqueiras,
Como horas seguidas a conversar,
Rirmos juntos de palhaçadas,
O simples pôr do sol olhar.
O movimento das pessoas,
Os carros a ir e vir,
Coisas como um
Programa de tv juntos assistir.

Tudo foi se tornando
Tão único, tão especial,
Esse sentimento crescendo,
Foi tudo tão natural.

Todas as músicas
Começam a me lembrar você,
E foi escutando elas
Que comecei a entender.

Tudo começou a fazer sentido
Quando parei de me prender,
Quando tirei as amarras do orgulho
E comecei com outros olhos te ver,
Quando o medo de me apaixonar
Eu comecei a perder.

Tudo mudou de cena,
Quando escutei meu coração bater.

Tudo mudou de cena,
Quando deixei meu coração para mim dizer:

“Meu amigo,
Eu estou apaixonado por você.”

Ainda não sei explicar,
Muito menos quero entender,
Só sei que sua amiga,
Não posso mais ser.

Isso que bate dentro de mim
Já passou do comum.
Algo tão bonito, tão puro,
Não quero que tenha fim.

Só agora consigo responder,
A pergunta que me fez noites
Acordada ficar,
Somente quando em um dia
Vi um eclipse se formar.

O sol e a lua,
Lá no céu, juntos fazendo o dia escurecer.
É algo raro, único, belo
E difícil de acontecer.

Você é o sol,
Que há tempos ilumina minha escuridão.
Acho que sou a lua,
Que brilha no seu céu em ascensão.

Mas quando estamos juntos,
Sinto que formamos um só coração.

(Poema feito sob encomenda para uma amiga)  

 

Dodo.






Será Que Não Vale A Pena?




Será que não vale a pena
Ter um sonho a dois,
Mesmo sofrendo hoje
Para ser feliz depois?

Será que não vale a pena
Ter o coração batendo,
Ter ele um pouco judiado,
Sentir hoje ele doendo?

Será que não vale a pena
Simplesmente acreditar
Em algo que não existe mais,
Um ideal a sonhar?

Será que não vale a pena
Deixar hoje alguma lágrima cair,
Para que depois
Você possa sorrir?

Será que não vale a pena
De vez em quando se enganar,
Descobrir o que você não esperava,
Para depois finalmente acertar?

Será que não vale a pena
Alguma vez se decepcionar,
Lutando pelo que se acredita,
Mesmo que isso possa te magoar?

Será que não vale a pena
Sentir um pouco de dor,
Para que mais na frente,
Você conheça o verdadeiro amor?

Será que não vale a pena tentar?
Será que não vale a pena arriscar?

Será que não vale a pena
Esperar pelo amor da sua vida?

Dodo.

Sem A Anjinha


 
 
O céu ficou um pouco mais escuro,
Os prédios ficaram mais cinzas,
As horas nada me trouxeram.

As nuvens não tinham formatos,
O vento mal passou pelo meu rosto,
Os raios de luz nem vieram.

O sol parecia a lua,
O jornal da manhã não apresentou nada de relevante,
Não prestei atenção em nada do que disseram.

O calor estava frio,
Se estava gelado, nem senti,
As diversas paisagens, diferença nenhuma fizeram.

As palavras foram poucas,
Os pensamentos, longínquos,
Inspirações nem aparecer quiseram.

Foi como se o mar tivesse perdido o sal,
A comida, o sabor,
Foi como estar acompanhado,
Mas ao mesmo tempo sozinho, por onde eu for,
Parecem velhas lembranças,
Que teimam em se transpor,
Entre meu tempo presente,
Entre essa insensível dor.

Tudo o que hoje fiz,
Parece que fiz por fazer,
Em nada do que colocava minha mente,
Sentia prazer.

Eu gosto muito dela,
E talvez isso seja difícil de compreender,
Como explicar o meu coração que sente,
Mas que não pode a ela oferecer?

O rostinho dela, tão lindo,
Apenas escutando,
Aqueles olhinhos brilhantes, cheios de palavras que não precisaram ser ditas,
Apenas concordando.

Quando eu a senti,
Pude então perceber,
A intensidade daquilo,
Que ela não conseguia dizer.

Por dela muito gostar,
Não sei muito que falar,
Mas a última coisa que eu desejaria,
Era ela machucar.

Não é culpa dela,
Assumo a culpa como minha,
Embora seja estranho eu dizer,

Foi triste meu dia sem a anjinha.

 

Dodo.
(Para minha melhor amiga...)