terça-feira, 19 de março de 2013

Não Vou Mentir Para Você




Não vou mentir para você.
Já passei por muito disso,
Aquela dorzinha no peito,
Aquela lágrima que não seca.
Aquela pequena decepção inesperada,
Aquela certeza que não deu em nada,
Aquela explicação que não deu em nada.

Eu não vou mentir para você,
Teve momento em que eu quis desistir,
Me entregar,
E eu havia desistido.

Tinha me fechado, e comecei a ver somente a escuridão do mundo.
E somente à ela me entreguei.

Não me julgue, você não sabe o que sinto.
E por isso eu decidi nunca mais sentir.
São sonhos demais perdidos para poder continuar.

Mas então você apareceu.
Não sei de onde, mas apareceu.
Me fez sentir o que eu já não lembrava. Me fez ver que o gosto de ter me fechado não é nada perto do gosto de te querer.
De ter meu peito batendo novamente, daquele friozinho na barriga.
Só queria agradecer à você.

E se isso for mais um sonhos que se tornará uma ilusão? – Diz a razão.

Tarde demais.

Irei seguir meu coração.

Dodo.

Nada Mais




Aos poucos, ele deixou de acreditar.
Não se pode dizer que foi culpa dele.
Não, foram muitos fatores que o deixaram daquele jeito.

A total culpa foi de seu sonhos, seus ideais, seus valores e suas fantasias.
Tudo aquilo que o deixava especial foi a principal causa que o afastou dos demais.

Paga-se um preço muito caro por ser diferente.

Hoje em dia ele parou de ver a beleza nas pessoas.
Tudo o que ele vê são apenas máscaras.
Belos rostos frágeis por fora, podres corações por dentro.

Mas não é por falta de ajuda ou amigos.
Ele até os tem, mesmo sabendo que eles se irão em determinada fase de sua vida.
Nem mesmo por falta de boas palavras.
Isso ele as tem de monte.

É que de certa forma ele se cansou das mesmas anedotas:
"O sol é amarelo, a grama é verde, o céu é azul, existe sempre um amanhã, não perca a esperança...",
e daí por diante.

Pode até ser seu destino passar por isto.
Quem dirá que não?
Mas ele descobriu, da maneira mais juvenil e simples,
o lado feio do mundo.

E isso de certa forma, impactou sua visão.
A ponto dele não saber discernir se sua visão está nublada ou se o mundo é realmente de tonalidade cinza.

Por um tempo ele procurou encantar,
e talvez até exista, dentro de si, uma parte que ainda queira encantar as pessoas.
Mas ele sabe que não existe encantamento,
apenas conveniência.

Ele já experimentou a felicidade e o amor.
Juntos na mesma época,
mas findou por descobrir que ambos são mortais,
dignos de terem um fim.

Ele pertence à um mundo de crenças infinitas,
mesmo que ele não as tenha mais.
Um mundo onde as coisas não acabam,
porque não há motivo para elas acabarem ou não existirem.

Talvez seja o fato dele gostar das palavras,
e elas terem se tornado sua única companhia nos últimos tempos,
devido, aos acontecimentos que o derrubaram,
ou talvez ao destino, coisa que ele nunca saberá.

Mas o fato dele criar seu mundo,
a partir de um papel e de uma caneta,
talvez o tenha afastado deste mundo em que vivemos e o colocado em seu próprio.

Fechado, afastado, calado.
As palavras sempre falarão por ele.
Ele não se sente bem, nem se sente mal.
Apenas se sente em casa, mesmo não tendo uma.

Talvez ele esteja preso em seu próprio mundo,
a ponto de não ver o mundo fora de si.
Ou o único mundo existente, seja, definitivamente,
o seu próprio.

Já experimentara a tristeza, a ponto de deixá-lo doente e de cama.
Mas não falou para alguém isso, guardou para si mesmo. Foi uma boa época para reflexões, enquanto delirava de febre, ensopando toda sua cama.
Ali ele percebeu o poder dos sentimentos e o quanto o ser humano é movido por eles.
Enquanto ainda deitado, quis desistir, se entregar.
E a escuridão fez morada nele por um tempo,
e ele se assustou tremendamente com o fato de ter se sentido relaxado, como um guerreiro exausto após seguidas batalhas e guerras.

Mas algo, exterior ou interior,
ou quem sabe o destino, não o deixou ser tomado plenamente pelas sombras.

Jurou para si mesmo que não poderia continuar daquela maneira.
Mas vãs são as palavras dos humanos quando surgem perante situações adversas.

Não demorou muito e as trevas o perseguiram novamente.
Depressão disfarçada de poesia, tristeza, falta de sentido.
Chegou muito perto de desistir de tudo.
E foi mais longe do que poderia imaginar nisso.
Pesquisou à fundo a vida de todos os seus ídolos e notou que todos eles chegaram às mesmas conclusões que ele havia chegado,
e aquilo o assustou, pois viu também o fim de cada um deles.

Mas algo, exterior ou interior,
ou quem sabe o destino, não o deixou ser tomado plenamente pelas sombras.

Não contou isso a alguém,
mas aquilo o assustou.
Chegara tão perto de colocar um fim naquilo, e logo daquela maneira?

Era até um tanto quanto uma contradição.
Era ela, a contradição que o matava, dia a dia, minuto a minuto.
Talvez não era para ter perecido perante suas próprias mãos,
talvez seu verdadeiro executor fosse a contradição, assim como a hipocrisia.

Viu que aquele que tentava encantar a todos, não conseguia mais se encantar.
Viu que aquele que tentava ajudar a todos, não podia ser ajudado.
Viu que aquele que fazia todos acreditarem no amanhã, estava preso no ontem.
Viu que aquele que secava todas as lágrimas, não tinha alguém para secar as suas.

Viu, acima de tudo, que tudo o que faria e sentiria dali para frente,
não passaria de brincadeira de criança perante o mundo adulto ao qual se encontrava.

Não se pode dizer o quanto tais percepções o afetaram,
tudo o que se sabe é que ele apenas anda em direção de seus dias.

Nada mais.

Dodo.

Escrito Nas Estrelas




São eternas batalhas,
entre a sinceridade e a necessidade,
entre o desejo e o tempo,
entre o sonho e a verdade.
 
A vida parece culpar-me,
pela minha espera de perfeição,
desejam que eu me entregue às fraquezas,
que eu não confie no meu coração.
 
Mas é notável, não estou cego.
O risco dos dias que se passam existe,
e talvez eu pague um alto preço,
por não ser aquele que desiste.
 
Eu vivi um sonho,
do qual não gostei de acordar.
Quem vive um sonho,
não sabe o que fazer ao despertar.
 
Eu sabia um tipo de amor,
que não foi me ensinado.
E agora querem me obrigar à outro tipo de amor,
um tipo de amor errado.
 
Tentam me obrigar a ficar junto por conveniência,
mesmo eu não estando apaixonado.
 
Essas memórias, lembranças, apegos, dores e sorrisos,
fazem parte do meu passado.
 
Eu não sei mais se são certas,
se fazem sentido,
palavras como lutar e acreditar,
a única certeza que tenho,
é que possuo um tipo único de amar.
 
É daquele tipo de sorrisos,
daquele que fica triste ao se despedir.
Daquele tipo meio infantil,
que faz de tudo para ver a outra pessoa sorrir.
É daquele tipo sonhador,
que não para um só minuto de pensar.
Daquele tipo verdadeiro,
quando as coisas só têm graça se na companhia dela estar.
Daquele tipo maluco,
que inventa mil coisas só para agradar.
Daquele tipo contemplativo,
quando para o dia ficar bem, dela basta só um olhar.
 
É daquele tipo esquecido,
daquele que todo mundo gosta de falar,
mas no fundo ninguém quer compartilhar.
 
É daquele tipo sozinho,
utópico, que está sempre a imaginar.
 
É daquele tipo inexistente,
guardado em algum lugar.
 
É daquele tipo guardado para si mesmo,
na espera de alguém achar.
 
Vendo agora,
em tempos onde o que conta é a diversão, zoeira e palhaçada,
meu tipo de amor é um tipo de amor idiota.
 
É um tipo diferente....
esquecido, simples.
 
Meu tipo de amor é aquele escrito nas estrelas.

Dodo