domingo, 3 de abril de 2011

Ordem do Saber


Diário

01/04/2011

Como separar icebergs de pessoas?

É notável e de mesma forma muito triste como as pessoas andam tão frias e sem alma.

As perguntas que são automaticamente respondidas por uma imensidão de hipóteses são as mesmas que nunca encontram suas próprias respostas.

Os tempos modernos estão nos mostrando verdades e mentiras misturadas através de máscaras e barreiras até o coração.

É de fato que muitas pessoas sofrem dores maiores que podem agüentar em certo momento. Mas o resultado disso, vindo claro, do orgulho e da falsa honra, é o de se fechar e se colocar acima de tudo e de qualquer sentimento que possa surgir. Dessa forma, esse pensamento que eleva um degrau no ego pesso do ser humano, o leva a crer que ele é invencível, e que ele não precisa de nada para aquecer sua alma e seu lado emotivo. Tudo o que ele precisa é ser frio e calculista para conseguir o que quer. Isso claro, vindo de seu subconsciente. Provar que continua vivo e que agüentou o que tinha passado. Provar que é mais do que seu passado e do que ele causou.

É um pouco melancólico saber que muitas pessoas estão agindo de forma a esquecerem de tudo o que passou, quando na verdade estão esquecendo de quem são, e mais verdadeiramente esquecendo de seus corações.

Músicas românticas estão fora de moda. Poemas e cartas de amor são jogados fora. Dizer, e mais longe ainda, admitir que se ama é considerado clichê demais nos tempos “modernos”.

É óbvio que o moderno pode facilmente ser substituído por “frio”.

É bem mais fácil mentir para conquistar, exibir carros e jóias para impressionar, se mostrar vagabundo para atrair, mas bem mais fácil ainda é a mentira viva que isso acarreta.

Ao nosso redor notamos, sem parar, pessoas que estão perdendo suas almas para o mundo e o que ele traz.

As artes estão perdendo seus valores.

Todos querem apenas se focar no trabalho, e no trabalho (dinheiro) falar. E por ele esbanjar e se exibir.

Já se foi o tempo em que olhávamos para o coração, e lá achávamos o que precisávamos.

Nesses tempos de inverno, o frio de quem tocamos enrije-se a pele, os olhos, a vontade e a coragem.

Já não nos perguntamos se a outra pessoa precisa de nós. Já não perguntamos às pessoas se elas precisam de algo. Já não estamos mais vivendo como deveríamos.

São tantas obrigações, uma mais pesada que outra, que nossos olhos nem mais olham para frente. Mas apenas para cima.

Olhar altivo faz você tropeçar.

E quando cairmos, vai ser difícil levantarmos.

É difícil encontrar pessoas que querem servir. Todos querem ser servidos.

Todos querem ser chefes, querem mandar. Mas não para ensinar. Querem mandar pelo gosto do poder. Pelo gosto de esbanjar.

E pelo poder, poderem dizer a si mesmos. Eu sou.

Mas o que somos realmente?

Pedras?

Simples caixas vazias? Sem coração? Vivemos tanto assim pelas aparências que nos esquecemos de viver? Queremos tanto ser mais que os outros e para isso teremos mesmo que jogar fora o que nos torna humanos? Temos mesmo de ser tão frios uns com os outros? Tão trouxas?

Temos mesmo de ser tão adoradores do dinheiro?

Não bastaria segurar a mão de quem precisa de uma mão? Temos mesmo que passar por cima de tudo para conseguir o que queremos? Temos mesmo que nos jogar no mundo e brincar pelas regras dele?

O que é um abraço hoje?

Novamente afirmo que essas não são perguntas, mas respostas.

Estamos tão presos em nós mesmos que não conseguimos olhar ao nosso redor. Não conseguimos olhar para outras pessoas. Olhamos apenas para nós mesmos. O que importa somos nós, o resto que se vá.

Que pena que todos pensam assim. Que pena que o egoísmo cega e emudece nossa alma dessa forma. Pois um mundo desse jeito apenas irá, dia a dia criar tristeza em todos, um por um.

A altivez vai ter sua prova uma hora ou outra.

Somos aquilo que fazemos. De certa forma fazemos o que somos.

O que virá em troca de toda a nossa frieza?

Eis a resposta em forma de pergunta.

Dodo.

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