sexta-feira, 18 de março de 2011

Ordem do Saber


Diário
30/11/2010
O que seria a morfina psicológica?
Assim como a morfina original, dada a pacientes para controlar suas dores e suavizar o efeito de algo, nossa mente, nossa psique, também possui tal defesa, só que de maneira natural. A isto se denomina morfina psicológica.
Ao sofrer uma dor, uma perda, uma derrota, algo que possa machucar o coração, alma e diversos campos que nos fazem serem especiais, nossa mente, às vezes movida pelo orgulho, outras vezes movida pela falsa honra, ou outras vezes ainda de forma natural, solta uma espécie de morfina da mente.
Tal morfina será o apego a um novo (porém incompleto e momentâneo) ideal, idéia, amor, sentido para a vida.
Para que a dor seja suavizada, a morfina psicológica age como uma parede de esperanças que antes não havia. Mas tais esperanças, em diversas vezes não são verdadeiras, pois não são construídas pelo coração, mas sim pela própria mente tentando se defender dela mesma e da tristeza causada pela dor.
Quantas vezes ao perdermos a chance de fazer algo, juramos, de pé juntos, vencer a tudo e a todos para provar que somos melhores que aquilo que não conseguimos fazer? Quantas vezes ao perder um amor, não nos subjugamos melhores que a pessoa perdida, e botamos um novo ideal em nossa cabeça. Com por exemplo:
“Já que perdi meu amor, agora irei trabalhar sem parar. O sentido de minha vida será o trabalho.”
Ou quando somos derrotados em algo que pensávamos ser invencíveis, daí corremos atrás de outro desafio a ser vencido, esquecendo completamente do que corríamos atrás para seguir uma nova vertente, um novo jogo da vida.
Este é o segredo dos tempos atuais. Esquecer dos sonhos perdidos e criar novos. Se antes, o sonho era a principal função da vida de uma pessoa, como a mesma pode esquecê-la, e desistir do mesmo criando um novo sonho? Tudo porque a mente joga no sistema a morfina psicológica?
Quando perdemos algo, estamos em constante busca de nos agarrar a algo que não nos deixe cair. Pegue alguém que perdeu algo, e veja que, dois ou três meses depois, esta pessoa está fissurada em um objetivo que antes a mesma não tinha, apenas para disfarçar a perda que a mesma teve. Para mostrar que está tudo bem, para demonstrar a todos que a “vida continua”. Se a vida é feita de sonhos, e se os sonhos acabaram, como dizer que a vida continua? Pelo simples fato de estar vivo? Ou pelo simples fato da morfina psicológica estar agindo?
Estas não são perguntas, são respostas. Pois de perguntas o mundo está cheio, e a Ordem do Saber não está interessada nelas.
Dodo.

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