sexta-feira, 18 de março de 2011

Ordem do Saber


Diário
15/10/2010
A nostalgia nos invade, e toma conta das mentes daqueles que prezam o passado, que vivem eternamente um momento, mesmo que o mesmo tenha durado um segundo.
Já não é de hoje que nos pegamos muitas vezes sentados, observando o mundo à nossa volta quando somos invadidos por um leve sorriso em nossas bocas, e logo nos vem a lembrança de um momento especial. Alguém, um passeio, um sentimento, algo bom.
A nostalgia nada mais é que a eternização de algo que nosso coração guardou inconscientemente em algum lugar e que em certo momento quer nos mostrar o quanto aquilo foi bom. Muitas vezes vivemos sendo vítimas de um passado que não queremos largar, pois o que é o caminho humano senão a vivência de diversos momentos? E porque não guardar estes momentos, que tanto gostamos de contar para outros, eternamente em nossas mentes, como um filme, que precisa ser rodado várias e várias vezes para que nos lembremos muitas vezes de quem somos, do que fizemos e do quanto mudamos.
Nossa mente é bastante esperta e auto-suficiente. Podemos notar que a maioria de nossas nostalgias são momentos bons, nunca momentos ruins. E isso é simplesmente nossa psique nos protegendo de nós mesmo, pois gostamos da verdade, mas gostamos mais ainda da felicidade. Nosso cérebro tenta proteger nosso coração, e vice e versa, sem cessar, em uma batalha que ocorre dentro de nossa alma enquanto estamos ocupados demais com nossos afazeres. Quase nem notamos quando somos tomados por uma lembrança, uma recordação ou a simples constatação de que no passado éramos mais felizes.
Nossos pais amam o passado. Nossos avôs amam o passado. Cada geração acredita que no passado tudo era melhor. Isso é a constatação da nostalgia invadindo outros campos do pensamento. E prevendo que estamos caminhando para um caminho sem rumo.
É uma pena estarmos em tempos presentes tão frios, pois às vezes sinto que apenas o calor de nossas nostalgias parece aquecer-nos. Sinto dizer que vivo de nostalgias, me felicitando por tempos tão belos, tão bons, tão simples, onde apenas tínhamos de viver com o coração. Nada mais. Era fácil sorrir, fácil sentir, mais fácil ainda confiar.
Eu realmente entristeço-me por estes tempos presentes que com certeza não se tornarão nostalgias

Dodo.

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