sábado, 23 de julho de 2011

Ordem do Saber




Diário

17/07/2011

A censura acompanha a sociedade, ou a sociedade acompanha a censura?

A censura moral, mental e sentimental do ser humano está em constante mudança e de certa forma isso é um pouco assustador.

Convenhamos saber do primeiro beijo no cinema, das tantas pessoas que taparam seus olhos naquele momento, do quão escandaloso foi para aquela época, do quanto às pessoas ficaram chocadas ao ver aquela cena.

Pesquisemos no passado, quantas vezes os casais se beijavam no passado? Quantas vezes, em público eles se abraçavam ou davam amassos? Ou o quanto era vergonhoso simplesmente pensar em sexo nas eras douradas?

O que aconteceu com nossa sociedade e porque cada vez está ficando tudo mais explícito?

É fato que, por dedução, algo que se é mostrado uma vez como escandaloso, em vista de ser proibido, assim como tudo para o ser humano, começa a ser desejado.

A sede do desconhecido move a mente e muitas vezes o coração de todos nós. Por isso nos sentimos seduzidos a pisar na lua. A escalar a montanha mais alta. A quebrar velhos paradigmas.

Pensemos um pouco mais no passado, e o quão assustador era para um casal simplesmente andar de mãos dadas na rua. Pensemos com clareza.

Apenas...andar....de mãos dadas....na rua........

Acreditava-se muito mais na magia, no sublime, no irreal, no platônico, no céu de um sentimento.

O que nos leva a crer que hoje estamos banalizados ao comum. Perdemos um pouco da mais bela arte de fazer magia sobre tudo e a tudo elevar a um patamar maior.

Mas há um talvez, que traz consigo certo apego ao fim de uma utopia.

O que é desconhecido, por certo tempo é mágico.

O fato de nossos avós, e até mesmo pais sentirem-se mágicos em apenas segurar a mão da pessoa amada, de querer fazer canções, de sentir na pele a paixão seria, segundo a objetividade do presente, apenas o fato de que isso era inacessível àquela época e presente àquele tempo.

É como beber a melhor bebida. Você a bebe uma vez, duas, três. Se beber sempre, logo você se acostuma, e aquela magia, do primeiro gole, da surpresa, é perdido.

O ser humano, já segurou demais na mão daquele que ama. Segurou tanto, que isso se tornou comum.

O ser humano, já se vestiu demais de biquíni e sunga.Vestiu-se tanto que isso se tornou comum.

Antes era sexy mostrar as mãos. Logo as pessoas foram mostrando seus ombros, depois os braços. Aí surgiram as saias, surgiram as regatas. Estamos caminhando quase para a nudez completa.

Fui tolo em achar isso agora? Era tolo achar que uma novela passaria cenas de sexo na tv algum dia........

O ser humano já viu beijos demais nas ruas e no cinema. Beijou tanto que isso se tornou banal.

As novelas hoje têm de mostrar cenas de sexo, e os programas de tv tem de ter no mínimo 5 dançarinas semi-nuas. Isso antes era considerado depravado, obsceno, fora de contexto, desnecessário. Mas isso já foi mostrado demais. Se tornou comum, como tudo.

O amor já foi poetizado demais, já foi serenatado demais, já foi escrito demais, já foi filmado demais, já foi fabulado demais, já foi mostrado demais.

Hoje se tornou comum.

Antigamente, responder aos pais era impossível de acontecer. Os desrespeitamos tanto que isso se tornou comum. Somos até apoiados pela mídia....

Antes era impossível machucar alguém. Machucamos tanto que isso se tornou comum.

Só me preocupo com o rumo do que é inapropriado estar se tornando comum.

Pensemos sobre o que é inapropriado hoje...que no futuro se tornará comum.......

Assustador não?

Dodo.

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