sábado, 2 de julho de 2011

Ordem do Saber



 Diário

22/06/2011

Tudo o que é especial vai parar no lixo.

Não importa o quanto tentemos ser especiais, ou fazer atos especiais. Falar palavras especiais ou simplesmente pensarmos em sermos especiais.

A força do mundo é muito forte. Não mais forte que nossos corações, não, isso nunca. Mas muitas vezes bem mais forte do que nossas resistências.

Nada sobrevive para sempre, mas quanto mais o tempo passa podemos notar tudo o que é especial ir parar nos bueiros de nossas experiências.

Pensemos em todas as artes que morrem antes de serem realizadas. O quanto estamos dando valor às coisas erradas, sem sentido, sem graça, mas que apreciamos apenas por nos satisfazer perante à sociedade que cultiva apenas o que é proveitoso ao momento e que lhe dê algum tipo de prazer.

Pensemos em todas as belas palavras que trazemos em nossos corações, mas que devemos muitas vezes fazê-las silenciar-se, simplesmente porque o mundo não aceitará bondade, não aceitará algo especial. Nunca. Tudo o que é especial e belo, não traz benefício nenhum aos planos do mundo. Por isso ele sempre nos rejeitará enquanto não nos entregarmos a ele, a sermos do modo como ele quer que sejamos.

Pensemos em todos os atos de bondade que fazemos, que são simplesmente olhados com desconfiança pela maioria dos que estão ao nosso redor, como se aquele que está fazendo quisesse se mostrar superior, ou algo desse tipo.

Pensemos em todas as notícias de jornal que dão boas notícias, que sequer são cogitadas pelos editores, porque para vender jornais, ou para dar audiência, elas não podem entrar na programação. No máximo ganham uma pequena nota no rodapé. Para que assistamos ao jornal, ele deve estar passando alguma catástrofe, o algo de ruim sobre algum famoso, que nem gostamos, mas que sentimos vontade de saber como ele anda. Um famoso faz um bom ato, ganha 5 segundos de matéria. Ele é pego na boate, ganha 10 minutos de matéria e ainda uma mesa redonda discutindo o caso.

Pensemos em todas as boas músicas, com letras inesquecíveis, que estão totalmente esquecidas nas rádios de hoje, que somente querem tocar batidas, e mais batidas e mais batidas.

Vivemos na época da pura diversão, e a sentimentalidade sabe seu próprio caminho. O lixo.

Vivemos na época da falsidade, das máscaras, e a verdade está quase caminhando para o mesmo destino. O lixo.

Dodo.

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