sábado, 27 de agosto de 2011

Ordem do Saber




Diário

12/08/2011

O ser humano está se desvencilhando de todas as suas barreiras e caminhando para muros invisíveis, mas que podem ser tocados.
Muros altos e fortes.
Estamos esbarrando neles e não conseguimos atravessar.
Desenhamos figuras de fuga e brincamos de pulá-lo. Até mesmo sonhamos tê-lo feito. Mas não.
Ledo engano.
De mesma forma caminhamos nulos na vastidão do deserto, comendo areia e jogando fora a água.
Não por burrice, por avareza ou por uma nova moda.
Por cegueira mesmo.
Sentimos mais do que simples pontos de partida. Sentimos coisas invisíveis, mas bem reais para cada um.
Cada um faz o que quer, mas nem todos querem fazer.
E os que fazem, o fazem de má vontade.
Sejamos e seremos como pequenos barcos jogados no mar.
Vemos poucas ilhas e nem temos vontade de chegar até elas.
Atracamos longe para não nos misturar.
Preferimos nadar em meio aos tubarões do que andar pela beleza das praias.
Somos atingidos pelo que acreditamos.
Somos atingidos pelo que somos.
Somos atingidos por tudo o que nos machuca.
Mas sabe aquele sentimento que algo nessas três frases acima está errado?
Esse sentimento mais parece um martelo batendo em um prego.
Existem mais mãos do que corações.
Todos estão querendo pegar algo, mas não querem sentir o que é.
Surge a dúvida se conseguem ao menos enxergar o que seguram.
Difícil responder, mais difícil pensar.
As casas estão ficando cada vez maiores, as responsabilidades também, mas as pessoas estão ficando cada vez menores.
O que aconteceu no passado, acontece hoje.
O que era ruim no passado ainda continua ruim hoje.
O que era bom, fingidamente ainda continua assim.
Existem muitos corações, mas poucas mãos prontas a segurá-los.
Nada está passando rápido ou lentamente, apenas tudo está passando.
Não existe começo, não existe fim e não existe meio.
E ainda dizem que estamos na melhor era da humanidade.
Grandes crescem cada vez mais graças aos pequenos.
Vai ser assim, assim, assim.
Felizes daqueles que conseguem ser felizes.
O número de cavernas criadas por nós está cada vez maiores. O escapismo se torna a solução para lavar e tirar um pouco desse peso de nós.
É a pura defesa contra tudo.
Esconder-se. Proteger-se. Lutar...mas com o risco de perder.
E a vitória ainda assim tem um leve gostinho de derrota.
Cada palavra, meia ação.
Havia o que sempre houve. Há o que sempre haverá.


Dodo.

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