quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Brazismo



No meio da favela passa um córrego, carregando toda a sujeira de uma cidade poluída, moral e materialmente. O córrego carrega todos os dejetos de gente que mora em uma casa decente, que jantou em restaurantes ou em casa e que sentou no sofá para assistir a novela das 21.

No lixão, uma criança acha a cabeça de uma boneca e fica feliz, mais parecendo que ganhou uma Barbie importada. Os pais recolhem o que podem para vender ou até mesmo comer. Lá, está todo o resto de todas as casas quentes e aconchegantes, todas as sobras daqueles que ganham salários e possuem trabalhos.

No sertão, uma mãe cozinha os últimos grãos de feijão que possui para seus seis filhos. É possível que um deles morra hoje por causa da fome, da falta de comida e de nutrição. Eles procuram água, mas não acham.

Embaixo do viaduto, um mendigo treme de frio diante de um inverno extremamente frio. Ele sente fome, sede e tristeza por causa do abandono. As pessoas passam por ele como se fosse apenas mais um poste ou algo esquecido. Fingem não ver um ser humano.

No beco, diversas pessoas se drogam. Cocaína, heroína, e outros tipos de drogas. Sem esperança de parar, de ajuda, de um futuro. É o que resta para eles.

Os campos de concentração são os sertões brasileiros, as favelas e todos os demais locais esquecidos pelo governo, que mais parecem prisões. As grades apenas não são visíveis.
Existe chance de escapar?


Milhões são exterminados ano a ano pelo Brazismo.

Dodo.

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