No
meio da favela passa um córrego, carregando toda a sujeira de uma cidade
poluída, moral e materialmente. O córrego carrega todos os dejetos de gente que
mora em uma casa decente, que jantou em restaurantes ou em casa e que sentou no
sofá para assistir a novela das 21.
No
lixão, uma criança acha a cabeça de uma boneca e fica feliz, mais parecendo que
ganhou uma Barbie importada. Os pais recolhem o que podem para vender ou até
mesmo comer. Lá, está todo o resto de todas as casas quentes e aconchegantes,
todas as sobras daqueles que ganham salários e possuem trabalhos.
No
sertão, uma mãe cozinha os últimos grãos de feijão que possui para seus seis
filhos. É possível que um deles morra hoje por causa da fome, da falta de
comida e de nutrição. Eles procuram água, mas não acham.
Embaixo
do viaduto, um mendigo treme de frio diante de um inverno extremamente frio.
Ele sente fome, sede e tristeza por causa do abandono. As pessoas passam por
ele como se fosse apenas mais um poste ou algo esquecido. Fingem não ver um ser
humano.
No
beco, diversas pessoas se drogam. Cocaína, heroína, e outros tipos de drogas.
Sem esperança de parar, de ajuda, de um futuro. É o que resta para eles.
Os
campos de concentração são os sertões brasileiros, as favelas e todos os demais
locais esquecidos pelo governo, que mais parecem prisões. As grades apenas não
são visíveis.
Existe
chance de escapar?
Milhões
são exterminados ano a ano pelo Brazismo.
Dodo.
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