sábado, 9 de junho de 2012

A Perfeição




A perfeição não me pertence,
embora a busque,
nunca tenho-me por satisfeito.

Sou ser fraco,
que hora ou outra,
pego-me sucumbido pelas trevas,
que me levam à uma ilha de tristezas.

Ninguém é alguém,
tudo se torna igual,
desmerecido fico,
assim como enxergo.

As injustiças se mostram claras,
a desigualdade também.
A mediocridade das pessoas se forma aparente,
e as idiotices também.
Tudo o que era mais,
graças à escuridão,
seja de minha visão, de minha alma ou de meu coração,
se torna menos.

O dia passa,
e a noite mais uma vez se faz,
tão rapidamente quanto se desfaz.
Pertenço à ela, tão somente nela encontro meu lugar.

Mas o dia vem,
e caído, o que era grande se torna pequeno,
e o valor do pequeno se torna grande.

O raio de sol outrora vespertino,
parece luzir calmamente pela volta que cobre meu caminho,
e daí é perspicaz a aparência do quão embaixo estou,
e onde fui parar quando pensei ter me encontrado.

E é graças à queda,
que consigo me erguer,
pensando no impossível.

Sem energia alguma, sem rumo,

É que consigo empreender-me novamente na busca de minha perfeição.

Dodo.

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