Diário
19/01/2011
Sem sombra de dúvidas, nos dias atuais e nos mais antigos também, o nada é sempre mais que o nada.
O nada sempre vai ser mais que o nada.
O ser humano se acostuma a ter tudo do que necessita. O tudo limita a visão de crescimento espiritual e terreno. O crescimento intelectual e experimental. A partir do momento em que as pessoas conseguem aquilo que queriam, isso perde o verdadeiro valor com o passar do tempo. Porque elas finalmente possuem o tudo que desejavam.
Pensemos em inícios de namoros, a conquista, o primeiro carro, a primeira casa, o primeiro computador, o primeiro celular. O primeiro amor.
A busca pelo tudo torna o período de pré-conquista fantástico e irreal, de certa forma até ilusório.
Eterno em nossas memórias e de certa forma correto.
Mas nada como a depreciação para acabar com o que conquistamos. Esta depreciação ocorre não pelo tempo. O tempo nunca é culpado de tudo.
Nossos ideais e sentimentos são depreciados por nós mesmos. Deixamos a palavra tempo tomar conta de nossa concepção, e quando o tempo nos domina, e dessa forma, jogamos a culpa nele, nos tornamos acessíveis à perda de valor do que temos. O tudo não se torna tão incrível. Por nossa própria culpa.
O ser humano é motivado pelo nada. O nada nos faz buscar o tudo. Se já tivéssemos felicidade abundante, como poderíamos denotar que nossa felicidade é abundante, se tal conceito surge da prática de comparação com certa tristeza que possuímos?
Se vivêssemos eternamente nesta terra, como daríamos valor a cada dia de nossas vidas, se não soubéssemos que iremos partir dessa. Iremos nos encontrar com a morte.
Com o tudo, o homem perde a gana. A gana da conquista, que o faz atravessar sua própria existência e cria a história baseada no futuro e nas dificuldades que ele consegue atravessar durante sua estadia neste plano.
Por isso é de se afirmar que o nada é sempre melhor que o nada. Com o nada, cada ganho é valorizado. Pois se alguém não possui nenhum centavo no bolso, e acha R$ 1,00, não ficaria ele feliz? Se alguém não possui amor no coração, ao encontrá-lo, tal mudança não se faz presente em seu rosto e atitudes provindas deste sentimento, em sentido a uma felicidade que o mesmo não tinha, devido a um sentimento já esquecido?
Quem possui tudo, ou acha que possui tudo, logo irá perder isso. Pois a magia da conquista terá acabado para ele. E só restarão lembranças de quando tal pessoa começou a escalar rumo ao topo onde se encontra.
E alguém que luta muito, nunca consegue ficar fora do ringue por muito tempo.
Por isso é de se afirmar, que o nada é sempre mais que nada. Mais e melhor.
Dodo.
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